A vigilância dos acessos vasculares é um tema contoverso. Por definição o objetivo da vigilância é o uso da semiologia armada (pressão intra acesso, fluxo intraacesso, Doppler, …) de maneira seriada para detectar estenoses venosas, prolongar a sobrevida do acesso e evitar as tromboses.

Diversos estudos menores mostraram redução de trombose com a vigilância dos acessos, principalmente nas FAV. No entantoeste benefício não é evidente em estudo maiores.  Muchayi mostrou recentemente em uma metaanálise que o benefício quanto a eficácia da vigilância dos acessos ainda é questionável.

Apesar da presente incerteza, na prática sabemos que a trombose de um acesso vascular é um evento frustrante para o paciente e equipe de saúde, muitas vezes necessitando do uso de cateteres.

O protocolo adotado por nossa equipe é de Doppler trimestral para todos os acessos que já apresentaram sinais de disfunção ou que já foram submetidos a angioplastia. Quando há baio do fluxo (<600 ml/min) e identificação de estenoses >50%, estas são submetidos a nova angioplastia. O racional é que a maioria dos acessos submetidos a angioplastia necessita de nova angioplastia em um ano e devemos realizá-la antes de um episódio de trombose, de maneira profilática.

Recentemente tivemos duas tromboses de FAV de pacientes já submetidos a angioplastia e que perderam seguimento nas consultas de vigilância, enquanto nos pacientes aderentes a vigilância conseguimos manter baixas as taxas de trombose de acesso. Se na prática a vigilância parece detectar as estenoses e prevenir tromboses porque os maiores estudos não comprovaram seu benefício?

Aumento de velocidade de pico em estenose pós aneurismática de FAV.
Apesar da estenose significativa no influxo a FAV mantém bom fluxo (>600 ml/min), portanto sem indicação de intervenção e mantida em vigilância trimestral.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Qual a sua opinião? Como é a conduta em seu seu serviço?

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